De uma família muito pobre, órfão de pai muito cedo, o seu à-vontade e boa voz levaram-no para o teatro, ainda criança, tendo-se estreado, em 1900, no T. Avenida, em “A Viagem de Suzette”, uma ópera-cómica de Léon Vasser. No ano seguinte ingressa numa companhia infantil que inaugura, num rés-do-chão da Avenida da Liberdade, o Teatro do Infante, onde vai permanecer vários anos. Entretanto, actua também para públicos adultos, nas feiras de Alcântara e Algés, em salas populares que de teatros só tinham o nome. E tem um primeiro êxito, a canção “Toma Lá Cerejas” que o empresário Luís Galhardo, sempre atento, havia de levar para um teatro a sério. E o jovem Estêvão Amarante acaba por subir pela primeira vez a um palco de revista, em 1906 (“P'rá Frente!”, no T. Avenida). Vai ficar vários anos nesse teatro, crescendo em idade, em talento e em sucesso. Torna-se o galã da companhia, elegante, de olhos doces, aplaudidíssimo nas operetas “A Casta Susana” e “A Viúva Alegre” (em 1909). Quando a revolução de 5 de Outubro de 1910 rebenta, Amarante está em cena com a revista “A. B. C.” – e pronto para ser o primeiro actor masculino de uma nova era que se apresenta. É claro que a classe teatral está maioritariamente do lado do novo poder. Em 15 de Novembro, no final da representação da opereta “A Princesa dos Dólares”, Estêvão Amarante é um dos que cantam “A Portuguesa” em cena aberta, perante representantes do Governo Provisório e do Directório do Partido Republicano. Torna-se, rapidamente, uma das vedetas que o público mais acarinha, sobretudo no campo das revistas e das operetas. É nessa condição que, em 1930 vai a Paris criar o seu primeiro papel de relevo no cinema, interpretando a versão portuguesa de “A Minha Noite de Núpcias”, de E. W. Emo, ao lado de Beatriz Costa.
Conhecido por: Acting
Aniversário: 1894-01-09
Local de Nascimento: Porto, Portugal
Também Conhecido Como: Estevão Amarante, Estêvão Amarante Carvalho da Silva